domingo, 19 de junho de 2016

O CASAMENTO DE JUVÊNCIO E DACYR

Em 1948 chegaram ao município de Várzea-Alegre famílias, que rumaram das cidades de Mata Grande e Arapiraca (AL), povo festeiro, artistas e bons músicos. Passados alguns anos, Juvêncio e Darcy deram-se em casamento. Dona Marieta e Seu Vicente Matias seus futuros sogros.
Que faremos para essa grande festa? Logo surgiu uma boa ideia. Vamos pedir um pouco a cada amigo e arrecadaram bastante.
A semana da festa chegou, de tanto serem festivos o forró começou quinta – feira, quando já no sábado acordes de violinos, cavaquinho e bandolim já estavam desafinados, então pediram um tempo para afinar os instrumentos, isso fez com que Marieta convidasse os amigos para formar uma “roda de coco”, para que a festa não parasse.
Chega o domingo, o casamento aconteceu às dez horas do dia, chegando os noivos a casa, a festa começou de verdade.
Dona Tereza, esposa do meu tio João, sabendo que ele ia a festa, logo pensou e trataram um acordo: eu vou a festa durante o dia, e tu vai a noite. E assim mesmo foi feito.
Quando foi chegando a noite ela juntou seus dez filhinhos e pegaram o caminho de volta para casa. Colocou um grande prato feito, com o sentido de convencê-lo a não ir ou festa. Ora não teve jeito, ele foi a festa, isso já estava no quarto dia dos festejos.
As lamparinas que eram garrafas de vidros já tinham estourados quase todas. A escuridão já tomava posses de quase todo o salão. O forró no escuro ficou melhor. Tio João dançava com Maria Fulô, foi devagar para um escurinho e resolveu dar um beijo no olho de Maria Fulô, o olho era tão fundo, que não encontrava, teve de enfiar a língua até encontrar, foi muito bom. A música que embalava o forró era:
Mulher que não consente seu marido passear
E por qualquer besteira pega logo a reclamar
É bom ficar em casa pras crianças balançar
Chega pra lá, deixa o homem se virar
Chega pra lá, deixa o homem se virar

Homem em casa o dia inteiro só faz atrapalhar
E mulher que muito anda
Sempre dá o que falar. ( Capiba).

Tereza chorava e lamentava e Tio João cantava essa música para consolá-la.

Juazeiro do Norte(CE), 19 de Junho de 2106.


Padre José Robério Felipe.

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