domingo, 19 de julho de 2015

PADRE SEM VOCAÇÃO E CASAMENTO SEM AMOR

Uma mãe tem vários filhos e só quer bem a um, como fez Rebeca com Isaú e Jacó, chegando ao ponto de roubar a primogenitude de Isaú e doou a Jacó, mesmo correndo o risco de Isaú matar o seu irmão Jacó. (Gêneses 25, 26:30).
Todas as mães são assim: acontece que às vezes o ciúme é exagerado, a mãe, fica viúva e quer escravizar o filho para tê-lo ao seu lado, o único meio é tornar o filho padre e começa a incentivar por meios de elogios a vida sacerdotal: como um padre celebrando é bonito. Quando uma mocinha se aproxima de seu filho, a mãe diz logo: saia de perto do meu filho que ele vai ser padre e enfim consegue ordenar o seu filho padre, era o que ela queria, mas na verdade o padre gostaria de se casar e ter uma família. Desse modo o padre vai ser frustrado para o resto da vida.
Em mil novecentos e oitenta e três um Monsenhor ia comemorar sessenta e cinco anos de vida sacerdotal, um seminarista da linha da Teologia da Libertação e seguindo a linha Petista, comentou: sessenta e cinco anos de vida sacerdotal perdida. O nosso Reitor respondeu: se ele fez muito ou quase nada, mas conseguiu viver esse longo tempo, será que você quando se ordenar vai conseguir viver pelo menos um ano de vida sacerdotal? Então o jovem se ordenou e só conseguiu viver seis meses e casou-se.
Vida religiosa, vocação, negócios ou interesse?

Desde primórdios dos tempos, o panorama traçado também na vida das mulheres na sociedade, era de submissão, o valor do filho homem era maior que o da filha mulher, muitas vezes não era considerado como filha, mas como objeto de negociação, as relações se configuram sempre como desvantagens para elas.

Como no caso bíblico em que Labão e Jacó negociaram o casamento das filhas de Labão: “Depois disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.
E Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o nome da menor Raquel.

Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso semblante e formosa à vista.

E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor.  Labão diz, me servirá por sete anos. ( Gênesis, 29:15-18).

Na Idade Média, a quantidade de mulheres enclausuradas nos conventos, não era por “ mal de amor”, mas por imposição da família, para proteger os dotes.

“ Quando o valor do dote colocava em perigo a  estabilidade patrimonial familiar, afim de diminuir o numero prováveis de casamentos, os pais ou chefes da casa, enviavam as jovens aos mosteiros para que se tornassem Freiras(...) a diminuição de solteiras aptas ao matrimônio protegiam os bens, já que não havia necessidades de dotá-las ao casamento(...). Assim de todos os lados, os processos de transmissão de bens determinaram o destino das mulheres”( Macedo,2002).

Atualmente o matrimônio se tornou um negócio, casa-se por classes sociais idênticas, por condições financeiras, culturais, sexuais, conchaves políticos e a exemplo do  Green Card, que beneficia a cidadania americana para quem se casa com cidadão daquele país, mas sabe-se de muitos casamentos foram “arranjados” para adquirir o referido cartão.


Padre Robério Felipe.

Juazeiro do Norte(CE), 19 de Julho de 2015.

___________________

MACEDO, José Rivair. A mulher na Idade Média. 2.ed. Rio de Janeiro: Contexto, 2002.

domingo, 5 de julho de 2015

O REI INFELIZ

Dizem que um rei andava muito preocupado com a vida, porque seus negócios não estavam se realizando bem, resolveu contratar sábios para descobrir o motivo de sua infelicidade.
Um sábio mais experiente lhe aconselhou andar pelas cidades e campos e perguntar as pessoas: você é feliz? A resposta era sempre  não. Perguntou aos artistas, aos ricos e pobres: a resposta era sempre não; enfim todos responderam, não.
Até que chegou a um roçado e encontrou um homem trabalhando, sem camisa, sob um sol quente, meu amigo você é feliz? Sou, respondeu o homem. Empreste-me uma camisa sua para eu vestir, que lhe pago caro. O homem respondeu: Oh! Que pena, só não empresto, porque não tenho nenhuma.
O que causa a infelicidade? A preocupação com envelhecimento, depressões, infarto, divisões de famílias, crimes, separações de casais, emprobecimentos de países, e as grandes preocupações com os lucros e querer fazer mais sucesso que os outros.
Um jovem muito rico pedia a Jesus Cristo para entrar na sua vida, por ele ser bom. Jesus respondeu: Bom? Só Deus.  Irás saber se queres entrar na vida, guarda os mandamentos. Quais? Perguntou o jovem. Não cometerás nenhum adultério, não furtes, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe e amarás ao próximo como a ti mesmo. O jovem respondeu: tenho guardado tudo isso.  Que falta eu fazer? Jesus respondeu: vai e vende o que tens e dá aos pobres, o jovem retirou-se triste.
Jesus acrescentou: é mais fácil passar um camelo¹ pelo fundo de uma agulha, que um rico entrar no reino do céu. (Mat. 19-16).

Juazeiro do Norte(CE),   05 de Julho de 2015.
Padre José Robério Felipe
¹________________________________
Camelo é o cabo que os marinheiros abraçam nos navios.