Joaquim
Barro era caçador de mocó, saia de manhã, subia a serra bem devagar à procura
da caça. O mocó¹ também não tinha pressa, só saía para comer um pouco, das dez
da manhã até as treze horas e voltava para o seu esconderijo um dia sim e dia
não. Joaquim Barro nunca se preocupou
com a riqueza a sua maior felicidade era quando matava um mocó gordo.
Era um
homem feliz! Nunca se ouviu que ele reclamasse da sorte, sempre estava
tranqüilo. A paciência era demais, quando saia para a caçada na sua recebia
visitas jovens, pois era pai de duas moças bonitas,
Certo
dia um amigo lhe perguntou? Você sai da casa e deixa chegar jovens para vê suas
filhas? Ele respondeu: isso é de couro, não se acaba. Nunca teve pressa, nem
riqueza, nem impaciência e nem inveja.
Após
seus 90 (noventa anos) de idade, foi contemplado com a aposentadoria rural e já
não precisou mais subir a serra para caçar os mocós, também com ele aposentou-se
o jumento, quando o Padre Antonio Viera (Cearense) criou a proteção ao asno,
não sendo mais obrigado a receber a carga pesada. Mas quando foi se aposentar
tinha nomes demais, tais como: alicate, berimbau, inspetor de quarteirão,
relógio, professor, etc. Finalmente descobriu-se que o “Jumento é nosso irmão”, porém não pode se
aposentar, porque não se sabe qual era o seu verdadeiro nome.
Quando
a morte passava não o encontrava em casa, a morte muito apressada para atender
a tanta gente, ia embora, até que Joaquim Barro com mais de cem anos esperou
por ela pacientemente e finalmente se encontraram, e ela o levou ao paraíso
aonde corre leite e mel e muito feliz veio buscar a esposa.
Hoje a
melhor vacina contra o câncer é o exemplo do Joaquim Barro: não ser paciênte,
não ter inveja, não ter presa e não se preocupar com riqueza. Pois o que mata o
homem é pressa, inveja, impaciência e busca da riqueza exacerbada.
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1.
O mocó (Kerodon rupestris) é um roedor da
família Caviidae, encontrado em áreas descampadas e pedregosas da Caatinga
Juazeiro do Norte(CE), 13 de Maio de 2017.
Padre José Robério Felipe.
