Hoje tudo mudou.
Nas décadas de sessenta e setenta, houve um êxodo rural, uns foram para São
Paulo, outros para as cidades grandes estudar e outros permaneceram na terra.
Os que foram para o
sul, foram para trabalhar, enfrentando a chuva, a lama e o paú, como disse Patativa do Assaré, na
Triste Partida.
Os que foram
estudar; foram estudar lutando contra a fome, e o peso do estudo e o vestibular
que era o bicho papão da época, só não venceu todos, porque alguns
enlouqueceram de tanto sofrerem.
Os que não tiveram
a coragem de enfrentar o sul e o estudo sofrido permaneceu na terra, mas
tiveram coragem de trabalhar, na terra quente, o calor ardente do sol; seca
desesperadora do Nordeste sem reclamar da sorte, como escreveu Euclides da
Cunha “o sertanejo é antes de tudo um forte”. Esse homem trabalhou... e nunca
mentiu, honrou seu nome e educou sua família.
Hoje com essa
terceira onda de conhecimento chamada “a globalização”, trouxe tudo feito ou quase feito: trouxe os
alimentos pré-cozido, a internet, a comunicação ao vivo, as máquinas, no ar, os
aviões, mais tarde uma excursão a lua, na medicina, criou embriões, corrigindo,
aperfeiçoando tornando o feio mais bonito.
Só uma coisa ainda
não consegui entender bem, é o homem virando mulher e a mulher virando homem.
Outra coisa
preocupante; o rico trabalha noite e dia
sem parar; para ampliar sua tecnologia e pagar tantos impostos e uma inflação
galopante. Depois de seu produto industrializado, não tem a quem vender, aí é o
fim.
O pobre não
trabalha mais, não se preocupa com nada neste mundo, porque o governo faz seu
pagamento por não fazerem nada.
Mas outra coisa me
preocupa, existe um ditado popular “ de onde se tira e não se bota, um dia
acaba”, quando o governo não puder mais fazer pagamento deste tipo, e a
industria não precisar mais de mão de obra, a terra ocupada com capim, as
máquinas substituindo o braço humano, os pobres vão morrer de fome.
Juazeiro do
Norte(CE), 28 de abril de 2015.
Padre José Robério
Felipe.