terça-feira, 28 de abril de 2015

O RICO VAI MORRER DE RAIVA E O POBRE MORRER DE FOME

Hoje tudo mudou. Nas décadas de sessenta e setenta, houve um êxodo rural, uns foram para São Paulo, outros para as cidades grandes estudar e outros permaneceram na terra.
Os que foram para o sul, foram para trabalhar, enfrentando a chuva, a lama  e o paú, como disse Patativa do Assaré, na Triste Partida.
Os que foram estudar; foram estudar lutando contra a fome, e o peso do estudo e o vestibular que era o bicho papão da época, só não venceu todos, porque alguns enlouqueceram de tanto sofrerem.
Os que não tiveram a coragem de enfrentar o sul e o estudo sofrido permaneceu na terra, mas tiveram coragem de trabalhar, na terra quente, o calor ardente do sol; seca desesperadora do Nordeste sem reclamar da sorte, como escreveu Euclides da Cunha “o sertanejo é antes de tudo um forte”. Esse homem trabalhou... e nunca mentiu, honrou seu nome e educou sua família.
Hoje com essa terceira onda de conhecimento chamada “a globalização”,  trouxe tudo feito ou quase feito: trouxe os alimentos pré-cozido, a internet, a comunicação ao vivo, as máquinas, no ar, os aviões, mais tarde uma excursão a lua, na medicina, criou embriões, corrigindo, aperfeiçoando tornando o feio mais bonito.
Só uma coisa ainda não consegui entender bem, é o homem virando mulher e a mulher virando homem.
Outra coisa preocupante; o rico trabalha  noite e dia sem parar; para ampliar sua tecnologia e pagar tantos impostos e uma inflação galopante. Depois de seu produto industrializado, não tem a quem vender, aí é o fim.
O pobre não trabalha mais, não se preocupa com nada neste mundo, porque o governo faz seu pagamento por não fazerem nada.
Mas outra coisa me preocupa, existe um ditado popular “ de onde se tira e não se bota, um dia acaba”, quando o governo não puder mais fazer pagamento deste tipo, e a industria não precisar mais de mão de obra, a terra ocupada com capim, as máquinas substituindo o braço humano, os pobres vão morrer de fome.

Juazeiro do Norte(CE), 28 de abril de 2015.

Padre José Robério Felipe.




domingo, 19 de abril de 2015

O BOM FRUTO

Mesmo uma criança, sabe discernir se um fruto é bom ou ruim, sem trabalhar no campo, mas o agricultor sabe como fazer para obter uma boa safra. Quando o inverno não é bom: precisam-se criar meios: irrigar a terra, colocar um adubo adequado, pulverizar contra as larvas e insetos e outros predadores. Tudo tem tempo certo: para nascer, para crescer, para ri, para chorar, para ser educado e para educar.
Será que só o agricultor sabe cuidar de seu rebanho? Será que só o agricultor sabe o tempo certo para cuidar de sua lavoura?
Uma família é uma micro sociedade, muitas famílias formam um estado e muitos estados formam uma nação, um país.
Um pai educa seus filhos. O governo é o pai da nação, educa seu povo.
Quando existem conflitos na família é porque o chefe de família não está sabendo guiar sua família.
Quando um país está desordenado: acontecendo roubos, crimes de toda maneira, desemprego, fome, prostituições, analfabetismo, o povo aflito, fazendo o que quer, quando um membro da casa sai para o trabalho ou coisa assim e se despede dos outros, porque não sabe se ainda volta com vida, chegou ao fim. Mediante tudo isso se cruza os braços e ou se entrega ao ostracismo? Não.
O que se faz? Constrói grandes presídios, cria pena de morte? Não. Deixa como está? Não. O que se pode fazer?
Em primeiro lugar crer em Deus! Vamos a luta...como?
O governo quando assume, assume a responsabilidade de pai da nação, que deve fazer? Investir na educação, como a exemplo temos a Dinamarca os recursos públicos e privados destinados à educação na Dinamarca estão entre os mais elevados dentre os países pertencentes à Organização de Cooperação e de Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
Praticamente não há analfabetos no país. A
criança começa na escola aos 7(sete) anos e a educação é compulsória até os 16 (dezesseis) anos. A maioria das crianças vai à escola pública, onde recebem educação primária e secundária.
Há 1.929 escolas públicas e 492 escolas privadas. Mesmo no sistema de ensino privado, o Governo subsidia de 80 a 85% dos custos. O idioma inglês é obrigatório a partir dos 12(doze) anos e um segundo idioma (alemão ou francês) a partir dos 14(quatorze) anos.
A Dinamarca está entre os países mais seguros do mundo para a sociedade, com baixo índice de delinqüência.
Sabemos que não é diminuindo a idade penal para 16(dezesseis) anos para serem punidos, é educando a criança obrigatoriamente até 16 (dezesseis) anos, não havendo, pois, necessidade de construir presídios e diminuir a idade penal, mas investir na educação.
Tudo tem um tempo certo. Um erro não se justifica com outro, lembro-me os exemplos dos vaqueiros: quando o burro dá um coice não se corta a perna do burro; procura-se um jeito para não receber outra pancada. Sabe-se que a educação é para o homem é a adestração para os animais, desde do começo do mundo, existiu e até hoje, nunca envelheceu, nunca perdeu o valor.
O agricultor para ter uma boa safra ele prepara a terra, aproveita as primeiras chuvas, cuidadosamente cerca a propriedade, protege a lavoura  para que não seja destruída.
A criança de hoje será nosso futuro, se ela não for educada será o monstro do futuro, isto é sabido por todos, quando se educa uma criança, é um bandido que se retira da sociedade.
Não é só o professor que educa. A nossa primeira educação vem dos nossos pais, vem de um povo educado... Vem de um povo civilizado.
Lembremos: “E assim, tudo o que vos façam os homens, fazei-vos a eles. Porque isto é a lei: Porque espaçoso é caminho que guia para a perdição, apertado é o caminho que guia para a vida. Poucos os que acertam com ele! Guardai-vos dos que vem vestido de ovelha e dentro são lobos roubadores! Pelos frutos conhecereis, porventura colhem uvas de espinhos? Ou figos de abrolhos! Toda árvore boa dar bom fruto, árvore má,  dá má  fruto.( Mateus 7, 12-18).


Juazeiro do Norte(CE), 19 de abril de 2015.


Padre José Robério Felipe.