Certa vez, quando estudante de
teologia, presenciei uma grande discussão, esta que envolvia um teólogo que se
preparava para o sacerdócio e um membro da comunidade, confusão essa, que comprometia
o futuro desse jovem. Perguntei a mim mesmo, que motivo conduziu a tudo isso,
era um debate quando se tratava dos milagres dos pães e dos peixes, que Jesus
Cristo alimentou com 5(cinco) pães e 2(dois) peixes, cinco mil homens sem contar
com as mulheres e crianças. Fiquei um pouco atônito.
Anos depois, lembrei e comecei a
refletir, recordando-me de um pic nic que participei quando criança. Que nossas
catequistas nos levaram acima de uma serra, cuja essa, ainda hoje é conhecida
pela a serra do Furtado. Ficamos o dia inteiro lá, brincamos muito de “toca”,
as meninas brincavam de roda e do “primeiro amor que te dei”, era muito
divertido. Ao meio dia as nossas professoras colocando-nos em fila em silêncio,
cada um colocou sobre a mesa o que trouxe de alimento, voltamos cada um para o
seu lugar e depois todos de volta a mesa, oramos e abençoamos aquele alimento. Todos
comeram e ainda sobrou alimento.
E pergunto hoje a mim mesmo, se
houve falar através da imprensa, e nos movimentos de base, que falta pão e
peixe na mesa da família brasileira. Será que este milagre não acontece todos
os dias no meio do povo é porque não existe mais milagre ou porque os homens não
sabe partilhar os alimentos?
Existe um provérbio que diz; “no lugar
de dá o peixe dê a vara para pescar”, mas esquecem de que as águas estão poluídas
e os peixes desapareceram ou morreram e o trigo secou.
Sabe-se que de todos os ângulos que se
pode vê, religioso, civil, militar, político e voluntários, lutam através dos
meios de comunicação escrita e falada, em uma busca desesperada para solucionar
a situação desse povo sofrido que não encontram um pequeno espaço para
sobreviver, por que tudo termina naquela velha promessa “venha a nós, a vosso
reino nada”, creio que isso acontece por que o homem esqueceu de partilhar os
seus bens.
Padre Robério Felipe
Juazeiro do Norte(CE), 28 de
Setembro de 2014.