PAI
A Trindade Santa
está na criação como fonte vital, como modelo perfeito de vida, lembremos de Isaias
(49:15) “ Por acaso uma mulher se esquecerá da sua criancinha de peito? Não se
compadecerá ela do filho do seu ventre? Ainda que as mulheres se esquecessem eu
não me esquecerei de ti”.
Embora não quero
discorrer sobre a profundidade do mistério trinitário como criação do mundo (mistério).
Porém, discorro sobre esse mistério como fonte geradora de vida e prática
libertadora dos pobres e oprimidos. Deste modo as comunidades do Oriente já
buscavam encontrar na pessoa de Deus Pai uma libertação para o seu povo. Trazendo
essa realidade para os nossos dias, pudemos afirmar que a posição de nossos Teólogos
atuais, é que Deus, antes de tudo é o espírito absoluto que pensa e ama. Esta comunhão
de amor se abre para fora convidando os homens e o universo a se inserirem na
mesmo luta pela libertação.
Como a sociedade
capitalista consumista se distancia desta realidade, no amor recíproco do Pai e
do Filho que gera o Espírito Santo; vemos o plano de amor na maior expressão de
perfeição, porém, na nossa realidade, constatamos o inverso.
O amor trinitário
deveria espelhar em uma comunidade humana integrada no espírito de doação e
eternidade, o que levaria os homens a se
distanciarem do egoísmo, injustiça e ambição.
Assim, o Plano
Divino não encontra eco entre nós, comprometendo a marcha dos homens para ele.
O
FILHO
A pessoa de Jesus
Cristo, através do desígnio do Pai, veio trazer a restauração do reino de Deus para a humanidade.
Jesus Cristo, sendo igual ao Pai, veio fortalecer o reino de justiça e amor e
não de poder. Ele veio restaurar o amor, a justiça e a fraternidade, inserindo
no meio dos oprimidos, pobres e injustiçados, um plano de esperança para uma
nova vida.
A prática de Jesus Cristo
se realiza na restauração do reino, quando o próprio Cristo se fez comunhão, acolhendo de
preferência os pobres, marginalizados, os cegos, coxos e prostitutas,
trazendo-lhes o perdão para os que abandonassem a injustiça e reconhecessem a
bondade do Pai. Como disse João (10:10)” Eu vim para que todos tenham
vida, tenham vida plenamente”.
A grande prática
evangélica de Jesus Cristo foi trazer a verdade e a justiça de Deus,
fortalecendo na fé e no amor, a compaixão aos fracos. Essa prática é reafirmada
com a sua paixão e morte, como o salvador do mundo, mostrando o começo de uma
vida de plenitude. Este homem novo, espírito novo impulsionado pelo amor do Espírito
Santo, é o próprio Jesus Cristo.
Este homem novo, imagem
e semelhança do Pai, como o modelo e o exemplo a seguir. Sendo ele o verdadeiro
o libertador. Pede-nos a incorporar neste caminho, através do nosso batismo que
nós sigamos o exemplo. Sua missão seja a nossa missão, Mateus ( 28:19)” Ide, portanto,
e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-a em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo”.
ESPIRITO
SANTO
A pessoa do Espírito
Santo, como terceira pessoa na Santíssima trindade, faz agir na humanidade do
Filho. Esse envolvimento das três
pessoas da Santíssima Trindade, também conhecida como pericórse, é reconhecido
na prática de Jesus Cristo, quando envolvido do Espírito Santo para realizar o
desejo do Pai, para salvação da humanidade.
A prática histórica
do Espírito Santo acontece quando se pode interpretar o poder da Igreja na Fé,
quando a própria igreja de Jesus Cristo, começa a sua prática histórica, como
libertação e revelação do Pai do Filho e do Espírito Santo no meio dos pobres.
Assim, a igreja, guiada pelo próprio Espírito Santo, mostra-nos o caminho da
Justiça e da Libertação.
Pelo poder do Espírito
Santo, eterno, revelando Deus, comungando com os pobres e marginalizados. Este
gesto de libertação no meio dos homens faz nascer nos corações a Fé, como fonte
da nossa própria vida, libertação e salvação, que é a própria ação do Espírito
Santo.
Essa prática
histórica de fé, vida e libertação, se apresentam como caminho, desde do batismo
de Jesus Cristo, quando João preparava o caminho, como prática de vida.
A pessoa do Espírito
Santo age na humanidade como decorrência do Plano Divino. Em pentecostes, pela
ação do Espírito Santo, nasce a igreja visível. Nos batizados, nos incorporamos
com Cristo, temos como decorrência desta graça a presença do próprio Espírito
Santo em nós.
Juazeiro do Norte (CE),
10 de Maio de 2015.
Padre José Robério
Felipe