domingo, 10 de maio de 2015

A TRINDADE SANTA



PAI
A Trindade Santa está na criação como fonte vital, como modelo perfeito de vida, lembremos de Isaias (49:15) “ Por acaso uma mulher se esquecerá da sua criancinha de peito? Não se compadecerá ela do filho do seu ventre? Ainda que as mulheres se esquecessem eu não me esquecerei de ti”.
Embora não quero discorrer sobre a profundidade do mistério trinitário como criação do mundo (mistério). Porém, discorro sobre esse mistério como fonte geradora de vida e prática libertadora dos pobres e oprimidos. Deste modo as comunidades do Oriente já buscavam encontrar na pessoa de Deus Pai uma libertação para o seu povo. Trazendo essa realidade para os nossos dias, pudemos afirmar que a posição de nossos Teólogos atuais, é que Deus, antes de tudo é o espírito absoluto que pensa e ama. Esta comunhão de amor se abre para fora convidando os homens e o universo a se inserirem na mesmo luta pela libertação.
Como a sociedade capitalista consumista se distancia desta realidade, no amor recíproco do Pai e do Filho que gera o Espírito Santo; vemos o plano de amor na maior expressão de perfeição, porém, na nossa realidade, constatamos o inverso.
O amor trinitário deveria espelhar em uma comunidade humana integrada no espírito de doação e eternidade,  o que levaria os homens a se distanciarem do egoísmo, injustiça e ambição.
Assim, o Plano Divino não encontra eco entre nós, comprometendo a marcha dos homens para ele.
O FILHO
A pessoa de Jesus Cristo, através do desígnio do Pai, veio trazer a  restauração do reino de Deus para a humanidade. Jesus Cristo, sendo igual ao Pai, veio fortalecer o reino de justiça e amor e não de poder. Ele veio restaurar o amor, a justiça e a fraternidade, inserindo no meio dos oprimidos, pobres e injustiçados, um plano de esperança para uma nova vida.
A prática de Jesus Cristo se realiza na restauração do reino, quando  o próprio Cristo se fez comunhão, acolhendo de preferência os pobres, marginalizados, os cegos, coxos e prostitutas, trazendo-lhes o perdão para os que abandonassem a injustiça e reconhecessem a bondade do Pai. Como disse João (10:10)” Eu vim para que todos tenham vida,  tenham vida  plenamente”.
A grande prática evangélica de Jesus Cristo foi trazer a verdade e a justiça de Deus, fortalecendo na fé e no amor, a compaixão aos fracos. Essa prática é reafirmada com a sua paixão e morte, como o salvador do mundo, mostrando o começo de uma vida de plenitude. Este homem novo, espírito novo impulsionado pelo amor do Espírito Santo, é o próprio Jesus Cristo.
Este homem novo, imagem e semelhança do Pai, como o modelo e o exemplo a seguir. Sendo ele o verdadeiro o libertador. Pede-nos a incorporar neste caminho, através do nosso batismo que nós sigamos o exemplo. Sua missão seja a nossa missão, Mateus ( 28:19)” Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-a em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
ESPIRITO SANTO
A pessoa do Espírito Santo, como terceira pessoa na Santíssima trindade, faz agir na humanidade do Filho.  Esse envolvimento das três pessoas da Santíssima Trindade, também conhecida como pericórse, é reconhecido na prática de Jesus Cristo, quando envolvido do Espírito Santo para realizar o desejo do Pai, para salvação da humanidade.
A prática histórica do Espírito Santo acontece quando se pode interpretar o poder da Igreja na Fé, quando a própria igreja de Jesus Cristo, começa a sua prática histórica, como libertação e revelação do Pai do Filho e do Espírito Santo no meio dos pobres. Assim, a igreja, guiada pelo próprio Espírito Santo, mostra-nos o caminho da Justiça e da Libertação.
Pelo poder do Espírito Santo, eterno, revelando Deus, comungando com os pobres e marginalizados. Este gesto de libertação no meio dos homens faz nascer nos corações a Fé, como fonte da nossa própria vida, libertação e salvação, que é a própria ação do Espírito Santo.
Essa prática histórica de fé, vida e libertação, se apresentam como caminho, desde do batismo de Jesus Cristo, quando João preparava o caminho, como prática de vida.
A pessoa do Espírito Santo age na humanidade como decorrência do Plano Divino. Em pentecostes, pela ação do Espírito Santo, nasce a igreja visível. Nos batizados, nos incorporamos com Cristo, temos como decorrência desta graça a presença do próprio Espírito Santo em nós.

Juazeiro do Norte (CE), 10 de Maio de 2015.
Padre José Robério Felipe