segunda-feira, 26 de setembro de 2016

COM À MEDIDA QUE ME MEDES, TÚ SERÁS MEDIDO.

Certa vez conversando com um amigo psicanalista, perguntei: se um jovem nascesse QI (quociente de Inteligência) de 180, quanto informativos ele poderia transmitir? Ele respondeu: nada, ele seria apenas um eterno sofredor, ninguém acreditaria nele, receberia o nome de louco.

Passei a recordar o passado da minha infância lá no Paraiso Perdido, estávamos em fevereiro, sentados no terreiro com um fogo de lenha ao centro, José Cassiano um velho caçador começou a contar umas aventuras, e saiu à história de uma onça, comecei a ficar com medo, disfarçando me sentei na perna de meu pai e só ouvi o povo dar risadas, depois descobri o motivo das risadas.

Atualmente se abre um jornal, revistas, não se ler mais historinhas do amigo da onça, de Joaozinho e Maria, da gata borralheira, da bruxa, do lobo mal, do saci Pererê. Hoje quando se liga uma TV e outros meios de comunicação, na primeira página estão escancarados: crianças e adolescentes envolvidos em tráficos de drogas, assaltos à mão armada, prostituição diversas, afastados do convívio escolar.

No meio governamental, o senador “Tal” que dividiu tantos milhares de dólares; arrombaram os caixas eletrônicos, assaltaram o banco “Tal”, levaram milhões e até hoje não se sabe quem carregou. Mataram, sequestraram, prenderam o senador, soltaram deputados, vamos aprovar o impeachment, outros não vamos aprovar o impeachment, muda governo, muda presidente, outros dizem quem é que vão governar, outros falam vai ser pior.

Essa história vem desde começo do mundo, Caim matou Abel por inveja, Saul brigou com Davi por disputa de poder, Salomão tinha mil mulheres, Jesus Cristo, foi criticar o sistema no templo de Deus, sofreu a primeira surra e outras torturas de dois sacerdotes Anás e Caifás, porque virou a mesa dos cambistas e soltou os pássaros que estavam presos.

Quando se ouve falar desses escárnios de tantas depravações nos governos, nas religiões, indústrias, comércios, a depredação da natureza o abandono dos campos, a fauna, as florestas, o desrespeito às crianças, aos mares e rios, aos anciões, ao próprio Deus trocado pelo o lucro, levando o povo ao desespero.

Refletindo sobre tudo isto, diz um provérbio que tudo termina como  começou, passeando pelo velho paraíso deu saudade do passado, resolvi renovar os sonhos que tinha na infância: os pés de manga, as fruteiras, dos banhos nos rios, dos plantios, que olhando de cima da serra se avista todo o vale verdejante. Dizem que quando ficamos velhos, voltamos a ser criança, por isto plantei capim, cana de açúcar, comecei a plantar algumas fruteiras, abrir novos poços e renovando a morada de onde nós viemos.

Guardo da minha infância todas essas boas recordações, quero deixar algo que sirva de estímulo os que ainda vêm, porque no passado tive uma infância feliz, fui medido de forma positiva, e quero medir com bons ensinamentos. Por isso acredito que todos esses escárnios e depravações acometidos pelos poderosos, será medida da mesma forma que eles mediram os outros.

Para tanto, sempre houve e haverá uma esperança, quando Jesus Cristo disse: eu sou o caminho a verdade e a vida, quem crê em mim será salvo; atire a primeira pedra quem não cometeu nenhum desses pecados: a tua fé te curou; “talítacum” quer dizer: levanta-te e caminha.

Juazeiro do Norte(CE), 26 de Setembro de 2016.

Padre José Robério Felipe