SAUDADE
E PAIXÃO
São duas irmãs,
gêmeas, tão parecidas uma com a outra, que não dar para distinguir quando as
duas chegam, só que uma se alimenta da dor, do abandono, da inveja, só se
acompanha com amigos falsos, mentirosos, parte da sociedade corrupta, dos
ambientes luxuosos, das noitadas
aparentemente amiga, ri com facilidade, conduz um balsamo que anestesia,
as vezes até por muitos anos.
São solidários até
no seu velório e mandam flores, muitas vezes, e se fazem presentes na sua sepultura. As duas
irmãs saudade e paixão só se distinguem uma da outra, quando se juntam para
torturar.
A irmã saudade
quando nos visita, ela entra na nossa residência, olha para uma velha
fotografia, fala do passado, das festas, da nossa beleza física, elogia o nosso
sucesso que jamais poderemos alcançar novamente, até que a própria pessoa vai a
loucura.
A irmã paixão, no
começo ela é muito amiga, lhe dar bons presentes, leva aos banquetes luxuosos,
a participar dos melhores eventos sociais, lhe inibe a esquecer dos seus velhos
amigos, que no passado eram fieis. Se for casado, faz ele se separar da esposa,
que foi sua companheira fiel de todos os momentos alegres e tristes e dos
filhos. Durante o tempo da paixão, não consegue perceber o está se perdendo em
volta perdendo, embriagados e ilude pelas futuras ilusões, e mais tarde quando
a ilusão termina, a pessoa diz: eu era feliz e não sabia.
A irmã paixão,
cobra as suas homenagens e quando não se pode mais corresponder as suas
exigências, friamente vai embora, nos entregando a injustiça, a tortura
psicológica, ao abandono, a verdadeira solidão, nos obrigando a carregar os
fardos pesados, aos desprezos sociais, a falta de confiança da família e dos
amigos que não restam mais nos deixando
apenas a irmã saudade.
Juazeiro do
Norte(CE), 15 de Novembro de 2015.
Padre José Robério
Felipe